A inseminação artificial
Vou começar falando sobre o procedimento que me trouxe de presente o meu quarteto.Tive muitas dúvidas quanto às possibilidades de fazer o procedimento, de que forma seria e qual seria o investimento. Estive em três clínicas para buscar mais informações e escolher em qual faria, já que a decisão de fazer uma produção independente já estava tomada. Foi aí que entendi alguns detalhes que eu desconhecia, como a diferença entre inseminação artificial (IA) e fertilização in vitro (FIV).
A IA é feita em casos mais simples, apenas com indutores para ovulação e controle do dia fértil da mulher. O procedimento consiste, basicamente, em introduzir o sêmen coletado diretamente na cavidade uterina, para que a corrida para o óvulo e sua fecundação ocorram naturalmente.
Já a FIV é recomendada para casos mais complexos, quando existe alguma obstrução das trompas, endometriose, entre vários outros aspectos que são avaliados pelos exames solicitados pelo seu médico. Neste caso, a origem da vida se dá fora do corpo da futura mamãe. Após a indução da ovulação, os óvulos são retirados com uma agulha para que possam se juntar aos espermatozoides e assim ocorrer a fecundação para, só então, o embrião ser colocado no útero da mulher.
Após a escolha da clínica, fiz uma bateria de exames para confirmar qual procedimento eu poderia fazer. Foi constatado que meu útero, trompas e tudo mais, estavam perfeitos para uma gestação. O único detalhe apontado pelo Doutor foi que, devido a minha idade, minha ovulação estava um pouco baixa (numa escala de 1 a 4 eu estava no nível 2 de ovulação). Então ficou definido que eu não precisaria fazer a FIV e foi recomendado apenas a IA com medicamentos para indução da ovulação.
Bom, mas qual seria a probabilidade de dar positivo, após todo este investimento de tempo e dinheiro? O Doutor explicou que a probabilidade era de 25%, o que me admirou, pois acreditava ser mais assertivo e acabei ficando com muitas dúvidas se daria certo ou não. Soube de relatos de mulheres que fizeram algumas tentativas sem sucesso o que me deixava mais aflita.
Outra grande preocupação que eu tinha era a possibilidade de virem gêmeos, visto que eu sou gêmea bivitelina e que optei por produção independente, o que dificultaria a criação de mais de um bebê ao mesmo tempo. Conversei com o Doutor sobre este aspecto, e o mesmo informou que no meu caso a probabilidade de ter gêmeos seria de aproximadamente 6%. Então pensei...”é uma probabilidade pequena e não posso deixar de realizar o sonho da minha vida por medo de ter gêmeos. O que for para ser, será”.
Feita a compra/escolha do sêmen, iniciamos o tratamento. Muitas pessoas tem a curiosidade de saber se podemos fazer algum tipo de escolha do sêmen. Sim, podemos escolher algumas características do pai, como cor do cabelo, olhos, profissão, altura, algumas questões de saúde e até a comida preferida do pai (risos).
Fiz o tratamento com os medicamentos indutores e procurei me manter tranquila neste período.
O dia da inseminação chegou e foi muito tranquilo e emocionante ao mesmo tempo. É um procedimento muito rápido, sem dor alguma, mas emocionante por sentir que ali estava sendo plantada uma sementinha que mudaria a minha vida para sempre (só não podia imaginar que não viria apenas uma vidinha linda, mas sim quatro vidas para eu amar).